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terça-feira, 21 de novembro de 2006

Sempre estivemos

Quadro para Jovens
Óleo s/ tela, 60,2 x 75,5 cm.
Max Ernst - 1943




Se tu quiseres
já estou em ti.
Se me quiseres
sempre esteve em mim,
disfarçado de livros,
encoberto de lições,
abrigado em árvores.
Estivemos em nossas platéias,
autografados em bilhetes.


Se quiseres, fomos
à entrevista, nos olhamos
de frente,
entrelinhas duma livraria.
Eu ria...se entregaria?
Entrando portal do tempo,
tentando afinar-se
à dualidade do ser.
Duplo ser?!?
Dúvida

Se quisesse, estivemos
cruzados
crucifixo, fixados
na capela ou igreja,
cópula ou cereja,
serenata, valsa,
alça da blusa
perto do peito.
Nos perdemos?
Se querias, estaríamos
nas mesmas bagagens
malas, amálgamas,
gamados, abraçados
na reunião de soluços,
muitos ombros, coros

Se quis, estamos
nas palmas, nos anos,
amigos, nós
nocivos aos solitários,
notório, novatos, nostálgicos,
atados às notas.
Que notas?
O sol é nossa chama.
Chamamo-nos pra lá.
Não há quem não ser si
nunca e sem dó.
Résta saber o que queres de mi?

Se quiseres, fále.
Anjos norteiam essa busca.
Quem é que recebe o buquê?
O quê? Flores?
Não vês o que achamos!?
Se quisermos, eternos
estivemos almas,
perpétuos fomos juntos
sempre, sempre, mudos
no mundo, um conjunto.


20/10/01
04:00h

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