Chora, chora, Rio de Janeiro
nem é janeiro
é tão mar quando se está só!
Chora neste dia que inaugura o mês
eu mesma já chorei baixinho
num balanço doce de úmido caminho
Lava essa cidade de quimera
que meu pedido é uma miséria
e já podia ter sido atendido
quatrocentos e quarenta anos de idade
e eu só queria metade da metade
da metade
de um raio
que desassombrasse
o chapéu só de malandragem
pra rir do lamento
encalhado na areia
dos braços abertos da
enferrujada cadeira
ardendo de ficar
na mesma posição
retornasse a ceder
seu assento
do mesmo
tecido da sacola da feira
que abriga a comida da semana inteira
na certeza das fomes que virão
Rio, não chore, ria
prepare um canto
pra matar a minha.
Clave de sol de verão.
Início em 02/03/04 atualizado em 29/09/05
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