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quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Pesada

Ao Mar. Ariel


o mar tem um pé que dorme e é avesso
ele o agita com despeito do sono
o que é o sonho do pé? Talvez mais chão
o chão de fabulações em que se
pisa sendo e que não incisa a sanha

mais perto das plantas brotam incêndios

ahh...bom meter o pé no que amanheço
e caminhar sangrando todo outono
que desfalece no dobrar dos joelhos
os joelhos como que íntimas maçãs se
encolhem temendo o abocalcanhar

do que se consome onde permaneço
e mais sangra de lamber o que espiono
as carnes abertas que rasgam o verbo

mais perto das plantas brotam incêndios

onírico é o tempo em que me insiro
tropeçando no que desacredito
e chutando as palavras goelas abaixo


é preciso apressar o pé que dorme

há que se andar
01/2008

12 comentários:

  1. éhhhhhhhhh'
    e muito há...

    são muitos em mesmos espinhos...
    e rosas solitarias.

    tudo muito lindo!
    como sempreeeeee!
    belooooo!

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  2. Anônimo10:23 AM

    Veja aí se estou certo: há um que de aquiescência e um que de manifesto em relação ao tempo que passa por/em nós, é por aí?
    Ceder ou caminhar, eis a questão!!

    Garota, você me surpreende sempre...versos intrigantes e lindos...

    Momo manda beijos e eu também!!!

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  3. ói.
    é isso.
    há que se andar!

    ah, sou o mão branca.

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  4. Anônimo9:45 AM

    Olá...
    Andar por outras andanças...
    Chutar as palavras, andar em linhas de papel e verbo..
    Há que se dissertar...
    Lindo Poema Andante...
    Abraços
    Everaldo Ygor
    http://outrasandancas.blogspot.com/

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  5. ah, o sonho do pé, mana blogueira, poeta.
    Umas imagens pungentes, umas necessidades humanas.
    Adorável post
    Paz e bom humor.
    http://walmir.carvalho.zip.net

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  6. Anônimo2:00 AM

    Que força poética.

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  7. Anônimo8:33 PM

    e que pezada da pesada...

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  8. "ahh...bom meter o pé no que amanheço
    e caminhar sangrando todo outono
    que desfalece no dobrar dos joelhos
    os joelhos como que íntimas maçãs se
    encolhem temendo o abocalcanhar"

    belíssimas imagens construíste!

    há que se andar, amiga, e chutar essas pedras até abrir o dedão, que sangue em tempo onírico é passagem pra jornada desprendida e faceira!

    beijinhos!

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  9. Bom o teu poema.

    bjs.

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  10. Oi, lindona!
    O que ouvi do Dexler gostei muito, vou procurar essa música. Muito obrigada pelo comentário e carinho.
    Beijoca,

    Aline

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