uma gravidez soterrada
três dias cravados
em dois seres
a realidade sismando
por dentro
vibrando pedras
e presentes desbotados
rachando certezas
solecismos estruturais
famintos de lamentações
a tarde nasce ardente
como uma bofetada esquerda
assim duramente
assim radicalmente
morando na perplexidade
comoção engessada
a vida pulsa sob o caos
uivo de fera
solo arreganhado
serpenteando almas
tangendo acordes
tingindo o chão
dissonantes
faltas dedilhadas
feitiços amargos
que ensejam sobreviventes
cacos de gente
que se cortam que se matam
que se desprendem da história
para a tela mais desolada
terrosa ferida
vozes torturadas
bailam uma valsa insana
carne inócua
no salão de açoite febril
insensatez
a permanência
em outro solo
quase estéril
é prenhez
pela manhã de 26/01/1o
Então, eu escrevi um livro todo sobre o tema. E vou continuar agora. Pior que o terremonto é o abandono em que vive esta gente desde 1915. Beijo. Marco. Parabéns pelo poema.
ResponderExcluirPoema em carne viva, Bia!
ResponderExcluirBelo, bella! ... e me conta depois como foi o lançamento da agenda . Bjs.
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