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domingo, 12 de dezembro de 2010

o que me cabe ou dádiva que é minha


o que me cabe ou dádiva que é minha

podia ser uma calça gelo
dessas pra refrescar o caminhar entre
as ruas do desencantamento
ou uma camisa bem listradinha do não-tingir
as extravagâncias
por dentro das deseleg'ânsias
fantasiosas que desvestem a nudez
talvez gotas de outros frascos
concentrados fora das naturezas
essências marginais exalando odores
pudores estertores
novas agonias
quem sabe um brasão despistando
as identidades que saltam
com a fé hereditária entre os dentes
rasgadas perfuradas
mães morando nas cifras
emblemáticas dos bilhetes
presos nas insígnias do tempo
desenhado em filigranas

mas o que ofereço
é uma fragilidade a ser
abraçada no meio
do teu motivo
é um precisar de braços
e o aço do existir tão teu
construindo meu templo
que nunca morrerá
sem ter mordido a vida
escorrida no vão
da transparência
que adorna claridade
pela metade que lateja
risos por todos os instantes
te sopram para caber em mim



uma singela dedicatória ao homem maravilhoso, do qual a vida me ofereceu sua companhia preciosa. aos seus 54 renascimentos.
a imagem é batida...mas me remete às palavras que sempre me abraçam...me confortam...vindas do poema lindo que me concebeu.

ao amor que não se quebra.

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