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terça-feira, 18 de outubro de 2011

esta é a página em branco de meus poemas

nossa mãe do céu!! dá uma vontade de chover devagarzinho neste quadro antigo pendurado na sala da minha alma, a sala principal, com cadeiras pra receber os amigos. a tinta úmida, escorrida sempre mais pra dentro. as pessoas passando apressadas não sentem mais o cheiro de eucalipto e nem se comovem com os abraços.
ahh!!! cada canto teu! saio vestida com o espanto fabulado dos sonhos, o pretérito mais que perfeito assobiado no meu ouvido, em harmonia atravessada de rios antigos adocicados como o vinho em cristais... estranhíssima tinta. talvez eu nunca tenha saído muito longe das sombras destas árvores que se enraizaram no peito, amor eleito.
enroscado em mim o silêncio ruidoso dos pátios que caminho, o tablado em que me encontro nas horas de despir-me das que sempre fui...os livros incandescentes enfeitiçando os passos dançados dos tempos que me acompanham ao interminável desejo de pertencer.
não sei se caibo em algum lugar, mas este lugar mora em mim...eternamente.

Educandário São José das Servas de Maria.
amo cada pedaço daí e todos que tocaram este altar.

2 comentários:

  1. Uma crônica impregnada de poesia...uma escadaria onde tropeçam doces lembranças...um quadro aparentemente estático...todavia capaz de tocar a alma e mover a vida!

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  2. esta arquitetura é de demolição, destrói com todas os pertencimentos e apegos desnecessários à alma.

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