para ela
todas as evas comem
a maçã vermelhíssima do amor primitivo que engatinha até o colo da velha mãe e
lá faz morada.
o colo cheio de
vincos que, de tempos em tempos, tornam-se recifes à flor de todas águas
lágrimamálgamas de
olhos abertíssimos dos meninos frágeis que ela acolhe
a velha mãe é o céu
invertido, tombado e sussurrado aos ventos delicados que passeiam pelos nós das
gargantas em coral inaudível para curas reais
todas as mãos são a mesma
mão que acarinha o ventre
terra desabotoada pela
fina flor da ternura intensa de elas estreladas neste firmamento em que se pisa
e não se pode corromper
porque não é
fabricado; mas original, antes do homem, além dele, sempre sendo.
não se vê com os
olhos nascidos, mas com os que nunca saberão o que é morrer
como nos contos de
fadas em que o feitiço é a verdade e mentira, o que se enxerga na vida desacordada
em que se pensa estar.
sou dos
encantamentos inalterados e dos amores que nunca se macularam porque só podem
ser tocados com a pele dos maravilhamentos, com as pétalas impossíveis do
temposemtempo
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