estrelas pinçam o cuco dourado
curvado ante a luz do tempo tocado
Juno abocanha a ponta da escura linha
ateia fogo na entrelinha do tapete persa
brama bramindo o baralho de tarô
21 é a carta que o leque dispersa
carvão carmim lambendo o platô
mundo aceso para janelas arregaladas
verde intenso sob patas de uma vaca
fêmea observando de fio a pavio
o feitio incandescente de Mitra
antecipando a imersão da memória
deslembrada que a musa arbitra
frente aos rios riscados de glória
azimute nas asas insolentes da águia
rebentando meadas: em nó solar rodopia
gemas fulgurantes invocadas ao milagre
que se consagre por inverter romã
– sonho tantas vezes plantado –
no jardim intacto artesanal talismã
utopias de girassóis imantados
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