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quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

ele se leva

ele se leva de encompridar nos gestos
e me lava a rir de mil modos trans#bordados
seda com pontos ora frouxos ora apertadinhos
entre um lado da espinha e outro vazado pelo olho esquerdo
ascende para o voo ornamentado na estação de cor da bamba

aperta meu bico como se sugasse o elixir do amor
e o amor é esse alto da colina, por onde sai leite, água, calor dentro do abraço
para onde se vai no instante do querer precisar
ele se molha ditoso fazendo algazarra com as lágrimas da água
caem gracejando todas de sua pele nuvem propícia

ele pisca como se beliscasse a quinta nota a ser burilada
cata-vento do tempo a ser feito por seus dedos miúdos
pés são pães frescos a ensaiar os passos
ele grita aleluias e nascem hojes dos seus olhos e poros
o caminhar é esse levar-se que me deixa à sua espera

sou a espera e auxilio os primeiros passos da esperança
esse corpo afoito e novo que desconhece a imperfeição
veio a humanidade adivinhando
essa pessoa toda pureza tem os braços abertos e eles são
certeza de alcançar o sublime e vai tocando

ele ri como se descortinasse as janelas esvoaçantes dos peitos
tímidos desembrulhando a fé como presentes inventados
ele é meu poema mais concreto e nós somos imagens projetadas
em anagramas rearranjando palavras para um lirismo melhor

um mar de lama assola como quem ama
lambe tudo o que era [ ] borracha nas construções
ele é argila magia a ser manipulada com poções do pó de ser
e há



este foi um desafio poético para um trabalho docente do meu grande amigo Anderson Fonseca para apresentar poesia contemporânea aos seus alunos. estive entre outros poeta imensos e outros poemas belíssimos e o ave, também meu, aqui: http://lindagraal.blogspot.com.br/2012/02/ave-em-pigmentos-fotossinteticos.html

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