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quarta-feira, 4 de abril de 2007

Vermelho roído

Metade - Thiago
02/04/2007

No revés severo da redoma azul
Está a ânfora brilhante maçã
Desperta febril a primeira irmã
Atada às lembranças de olvido baú


Decidida a correr o perigo de vidro
(pirata com ar descolorido
peixe, piscando, refletido de luar)
Ele só pra mim


Pirraça de cacos de sol
razão, polvilhado de sal
O dia ria quando passava, tão só
Odiaria ver roído meu vermelho igual


Eu, água viva, hoje tinha tido
Sereno tesouro – nossas noites –
Mas o poste da esquina emudeceu bandido
Rasgando a fibra nervosa ideal
com a foice.




23/06/05
02:44h

2 comentários:

  1. Achei singular a coincidência sincrônica: no mesmo dia de abril, escrevemos sobre o vermelho, carmim, alyzarim!... Mas o teu poema está mais cortante, ele parece sangrar, vertendo gotículas escarlates...

    Te convido, pois, a conhecer a Flor-de-Fogo!... (recém-nascida ou eterna?)...

    Quanto à Célia Musilli, mora em Londrina e é a autora de "Sensível Desafio" . Visite o seu blog, vale a pena, é belíssimo seu modo de escrever! Inteligente, crítico-criativo, perspicaz, suave e sensível...

    Abraços e um dia luminoso!

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  2. belo ao infinito, um quase sonteto ou um sonteto mais século xxI, isto é fora teoricamente, mais vc transcende, e isto é bom muito bom

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