Kazuo Okubo
05abr2007
preenchendo vazios insuspeitados
que nunca bastam
não encaixam no coração quebrado
joguetes de ilusão, artifícios de
estação
sem sucesso nas paradas
caladas paredes
do canto insano do sonho
agradando as grades
carcomidas de silêncios lentos
orações ao vento
mais uma folha velha
pro porão dos sentimentos
segredando mais tropeços
mais uma chave
que não cabe, mas fecha
dura cabeçada na porta
que lateja
sina de senãos
e é sempre um novo não
enfeitado, para amortecer
os outros que virão
para adormecer
os vãos
sedentos, arestas
da amarga casa da lagarta
já tão farta, tão hirta, tão morta
murchando de utopia
amiúde apodrecendo o desejo que havia
enraizado desde borboleta
agora, o que se vê
é uma imensa mancha violeta.
O seu estilo literário, nesta poesia em especial, já demonstra uma intensa sensibilidade poética, musicada, com maestria,na leitura sonora das diversas figuras de linguagem, que retratam, ao meu ver, o fetiche da alma gemêa, representado de forma fantástica e esplendorosa por meio dos fantoches. Gostei muito... Parabéns!
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