Vida de água

Alvas colinas

Helena Margarida Pires de Sousa

05mai2007

Óh, ajuda-me
água terra de mim
povoa-me vermelha
me enrubesça
vê se não me esquece
mãe território sentido
sinta meu fino fio
de medo felino
a dor não maternal
do instinto de filho
escorre de mim
a não extensão,
o não teto, a não mão
liqüida o líquido
invasor invanderado
visto de vinho sem porto
seqüestra a orquestra
de música brasil
devolva meu cio, meu só
meu vazio
desejo-me solta, rósea
e febril
apodero-me do meu brio
nesse instante-já
de novembro
pego meu abriu
minha alforria
dá-se ao meio-dia
inteira vida de água
água viva de vida.

11:58h

29/11/03