é que me livro
pelas riscaduras na pele
despudorando o verso
ventre
me livro quando rasuro o tempo
nos poros de mim
desdizendo a ocara tão oca
caricata da prosa
semeando a pétala rósea alfenim
asas de alecrim
me livro
nos vãos mercurianos
que sangram de vagar
amiudados pelos lados errados
de sete mil tréguas
acinturadas das fodas
bem dadas entre o açoite e a
noite
me livro entre o enxerto e o medo
e a foice
a cavalgada e o coice
me livro
quando chega o vento e
sacode os papéis
no excitamento dos pincéis que lambuzam
minha pele branquíssima
missa míssil
escuro-me no livramento do desejo
mais bem dito da boca, do bico
entre o gemido o grito e o irrestringível
me livro
quando encaro o olho da rua
e ela ignora meu viço
atro^pelando as carnes retardatárias
que não acompanharam o alvorecer
maceradas de alumbramento
interstício pichado no cimento
silêncios atravessados das vidraças
areia e árias
me livro
no quase e tremo
atrás dos vitrais mais sangüíneos
na consequência sem trema e
acentuada que arvora sob a artéria e o limo
me livro
na hóstia que a(s)cende
o dia ensagrado e acena pras
minhas quebradas verdades
verdinhas de sempre dissecadas
na umidade que me chora e lambe
as idades na masturbação que arde
é que não rimo
na rouquidão dos anseios
sem línguas desprotegidas nas
sanidades de frágeis mortes
me torturam as opacidades
as sobras e a sorte
e que me cortes
em fendas lineares para
te tornares a mais beijada
estrofe
e me descalço e dispo
para caber esvoaçante
no teu peito
livre
despudorando o verso
ventre
me livro quando rasuro o tempo
nos poros de mim
desdizendo a ocara tão oca
caricata da prosa
semeando a pétala rósea alfenim
asas de alecrim
me livro
nos vãos mercurianos
que sangram de vagar
amiudados pelos lados errados
de sete mil tréguas
acinturadas das fodas
bem dadas entre o açoite e a
noite
me livro entre o enxerto e o medo
e a foice
a cavalgada e o coice
me livro
quando chega o vento e
sacode os papéis
no excitamento dos pincéis que lambuzam
minha pele branquíssima
missa míssil
escuro-me no livramento do desejo
mais bem dito da boca, do bico
entre o gemido o grito e o irrestringível
me livro
quando encaro o olho da rua
e ela ignora meu viço
atro^pelando as carnes retardatárias
que não acompanharam o alvorecer
maceradas de alumbramento
interstício pichado no cimento
silêncios atravessados das vidraças
areia e árias
me livro
no quase e tremo
atrás dos vitrais mais sangüíneos
na consequência sem trema e
acentuada que arvora sob a artéria e o limo
me livro
na hóstia que a(s)cende
o dia ensagrado e acena pras
minhas quebradas verdades
verdinhas de sempre dissecadas
na umidade que me chora e lambe
as idades na masturbação que arde
é que não rimo
na rouquidão dos anseios
sem línguas desprotegidas nas
sanidades de frágeis mortes
me torturam as opacidades
as sobras e a sorte
e que me cortes
em fendas lineares para
te tornares a mais beijada
estrofe
e me descalço e dispo
para caber esvoaçante
no teu peito
livre
5:46h
14/09/08
14/09/08
"Velas do meu pensamento
ResponderExcluirAonde me quereis levar?"...!?...
SALUT, poetiza...pelo prazer dos teus poemas...
...como é que se aplaude no teclado?
ResponderExcluirTLATLATLATLA...será?
Bonito demais...todas as minhas reverências!!!!
Apenas uma palavra.
ResponderExcluirPARABENS.
Maurizio
Teus signos poéticos são intensos e sedutores, Beatriz. O poema percorre sensações tão nossas, todas elas divisadas pela torrente entre desejos e mistérios.
ResponderExcluirBeijos e obrigado pelo convite para vir até aqui!
Eu leio livros...
ResponderExcluirNão me livro das linhas...
Apreciando seus versos.
Abraços
Everaldo Ygor
http://outrasandancas.blogspot.com/
gostei muito daqui, vou passar mais vezes...
ResponderExcluirbjosss!!!
Estaé a Bia que conheço, com uma voz lacinante e erótica,rasgada em prazer e carne viva.
ResponderExcluirOi, Bia!
ResponderExcluirObrigado pela visita ao meu blog!
Que poema é esse, menina!?
Excelente!
Beijos!
Livro leve este...Livre! Um beijo.
ResponderExcluirJá comentei este poema antes, mas ele sempre me espanta!
ResponderExcluirPrimoroso!
PS: Obrigado pela força no concurso da Livraria Cultura!
Beijos
vc já leu este poema em voz alta, não leu?! Meu-Deus-do-céu!!!! Puta-que-los-paris!!!! Muuuuuito bom! Um poema cujo ritmo não só me lembra tufões, trovões e reencarnações. Sinto realmente. Essa força que penetra a pele. Que de despela, se despersonaliza. Sinto o choro de quem se livra, sinto as lágrimas escorrendo finas pela pele e atingindo os extremos do corpo, a ponta dos dedos, os dedos dos pés suspensos, o último centímetro dos cabelos. Sinto a pele nua da veloferocidade do canto em silêncio de quem se curva pra guardar o que vem e que é novo enquanto se livra do que já não é mais... na dor do peito de quem não só se livra, mas se lava, de quem se livra em livro, de quem se lavra com palavra... o que escorre do teus poemas é a forma da água, é a vida da lágrima...
ResponderExcluirteu amigo. Léo Mackellene.