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domingo, 4 de dezembro de 2011

amanhecimento

mala de versos cantados em portos inseguros
ecoam vozes-portais claríssimas
ela parte
persegue um desejo estendido pela imensa JK
caindo em frente à rotatória espirais arcanos
escola e lanchonete aladas,
sol aprisionado
ilha de sinais amarelos
desaprendedora
arela-se
o desejo é uma pluma selvagem assoprada
querubim carregando sins por dentro dos sinos
audíveis aos distraídos
sorrisos motorizados nos trilhos inéditos dos desencontros
mastigando adversidade
advérbio na cidade imóvel em que correm suspiros
ruas engravidam de cruzamentos assustados
Higienópolis é meu cata-vento
brincadeiras de amanhecimentos
toda alvorada nela
foi dormida no colo do tempo
aconchegado entre poros abertos
esperando sem guarda-chuva
as uvas dos pâmpanos
vindas a serem bebidas sem taças
vinhos pelos vincos, pelos vínculos
anteriores rios inveterados
vertendo dias invertidos sobre a pele

em flor rebentada de maduro sabor

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