O boom do cartoneirismo
02 de junho de 2012
Há quase 10 anos, quando a Argentina vivia os efeitos da crise econômica iniciada em 2001, um grupo de amigos criava no bairro de La Boca a cooperativa Eloísa Cartonera. O trabalho? Produzir livros de forma totalmente artesanal, com capas de papelão compradas diretamente de catadores. Sem saber, o grupo fundava o “Cartoneirismo” (em Espanhol, “cartón” significa “papelão”), movimento que já se espalhou por diversos países latino-americanos. Hoje, há dezenas de iniciativas inspiradas em Eloísa Cartonera, como a paraguaia Yiyi Jambo, a equatoriana Matapalo Cartonera e a brasileira Dulcineia Catadora. São tantas, que em 2011 foi realizada a Primera Feria Cartonera del Mercosur, em Assunção, Paraguai.
A mais nova a integrar este “movimento editorial poético, filosófico, político e cultural” é a paranaense Rubra Cartoneira Editorial, fundada há poucos meses em Londrina. Segundo o manifesto do grupo, lançado na internet, a ideia é “aliar literatura, artes plásticas e consciência ecológica, utilizando da autonomia para a implementação da proposta editorial de descentralização do comércio do livro e valorização de todos os artistas implicados no projeto, objetivando a democratização do livro, a leitura, a criação literária e artística originais”. No catálogo da editora estão autores como Beatriz Bajo, Karen Debértolis, Reynaldo Bessa, Marcelo Ariel e o músico e poeta Chico César. Além de produzir obras acessíveis aos leitores, o objetivo é criar exemplares únicos, totalmente personalizados. Para conseguir o seu, entre em contato pelo e-mail rubracartoneira@gmail.com.
A seguir, alguns dos exemplares produzidos pela Rubra Cartoneira Editorial.
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