A história de uma pessoa poderia ser relatada a partir de um carro, aos 5 anos e o regressar a casa de meio-dia. Mochilas e crianças em colos, fingindo enfiar suas vidas inteiras em pedaços de pernas maiores. Corpos sobre corpos dentro de um corpo que se excede em dimensão e carrega todos os outros. Uma freada e uma caneta Bic enfiada no céu da boca como que em extração invertida da terra mais vermelha do firmamento interior, na carne alta da boca que macula a antepalavra. De lá pra cá não se separam sangue e tinta em rubra textura de arreganhar os dentes do verbo.
Também haveria a hipótese de que uma narrativa fosse inaugurada pelo talho natural da menina em contorções espasmódicas. Desventura de ventre que se estilhaça de vitrais apreensivos. Jorros instintivos apalavrados com os períodos amaldiçoados de já em fendas mensais encomendadas, porque de 15 em 15 dias despontam cólicas indesculpáveis de criação despetalada.
E quando se desfralda da face dorsal de canhota obsessão de 5 dedos femininos a lâmina em endurecida recurva por mais um corpo devassado em nuança que se ruboriza, pode-se principiar nova fabulação. Gancho embaulado de segurar ficções por um triz em pontiaguda aflição que suplica agarrar-se em outro. Opérculo de conchas, invólucro de cal e gozo que rasga os verbos em tempo mais que perfeito. Endurecimento. Calosidade ardente. Pisadura dos arreios. Carne ainda quente e unha ferindo a pele do papel em nova tentativa de corte...sempre fundo!
Seria novo romance se às 5 da tarde de uma sexta-feira, fosse feita uma visita à casa humilde de locatárias surdas. Talvez restasse algo de vibrante em algum dormitório que nunca se conhecera. No entanto, fricativas em lavar a cozinha que seria entregue junto com os quartos, a sala e o banheiro ao proprietário. Órfãs de uma vida esconsa, indiferentes a ouvidos menos enfraquecidos de barulhos distintos. Ruídos que arruínam tentativas de receber atenção. Anônima indiferença de esquartejar esperanças e dilacerar folhas virgens amarelecidas pelas estações em que não foram abertas ao empunhar da caneta.
Houve uma madrugada no meu tempo, insistente para que as teclas selecionassem em correria de idéias, alguns bocados de palavras. Ela foi chegando sorrateira por entre os vãos de miolos que labutam em surdina a fim de que fossem entregues 5 contos até o dia 5. No outro extremo que guarda anos de lágrimas...quase endurecidas.....lê-se apenas a ponta da lança, remate globular do canhão que arremessa um grito ainda ensangüentado de alguém que acaba de nascer no dia 7.
Também haveria a hipótese de que uma narrativa fosse inaugurada pelo talho natural da menina em contorções espasmódicas. Desventura de ventre que se estilhaça de vitrais apreensivos. Jorros instintivos apalavrados com os períodos amaldiçoados de já em fendas mensais encomendadas, porque de 15 em 15 dias despontam cólicas indesculpáveis de criação despetalada.
E quando se desfralda da face dorsal de canhota obsessão de 5 dedos femininos a lâmina em endurecida recurva por mais um corpo devassado em nuança que se ruboriza, pode-se principiar nova fabulação. Gancho embaulado de segurar ficções por um triz em pontiaguda aflição que suplica agarrar-se em outro. Opérculo de conchas, invólucro de cal e gozo que rasga os verbos em tempo mais que perfeito. Endurecimento. Calosidade ardente. Pisadura dos arreios. Carne ainda quente e unha ferindo a pele do papel em nova tentativa de corte...sempre fundo!
Seria novo romance se às 5 da tarde de uma sexta-feira, fosse feita uma visita à casa humilde de locatárias surdas. Talvez restasse algo de vibrante em algum dormitório que nunca se conhecera. No entanto, fricativas em lavar a cozinha que seria entregue junto com os quartos, a sala e o banheiro ao proprietário. Órfãs de uma vida esconsa, indiferentes a ouvidos menos enfraquecidos de barulhos distintos. Ruídos que arruínam tentativas de receber atenção. Anônima indiferença de esquartejar esperanças e dilacerar folhas virgens amarelecidas pelas estações em que não foram abertas ao empunhar da caneta.
Houve uma madrugada no meu tempo, insistente para que as teclas selecionassem em correria de idéias, alguns bocados de palavras. Ela foi chegando sorrateira por entre os vãos de miolos que labutam em surdina a fim de que fossem entregues 5 contos até o dia 5. No outro extremo que guarda anos de lágrimas...quase endurecidas.....lê-se apenas a ponta da lança, remate globular do canhão que arremessa um grito ainda ensangüentado de alguém que acaba de nascer no dia 7.
02:55h
De 03 até o 07/05/2007
putz Bia.
ResponderExcluirQuando acabei de ler, fiquei olhando, boaquiaberta, para a tela do pc.
não sei dizer nada. não sei, simplesmente.
tô estupefata.
babando.
Muito bom.
ResponderExcluirUauuuuu.... quanta coisa.... teu blog é bem poético, porem...bem reservado.
ResponderExcluirmas que que eh isso!!
ResponderExcluirlindo lindo texto!
amei!
bjs
Elogiar tantas vezes parece que gasta e o elogio perde valor. Mas como não elogiar, ou não dizer "putz", como a Samantha fez, depois de ler o seu texto? Dá vontade de colecionar suas palavras sabia. Amei é pouco. Manda rápido para as revistas para que mais pessoas possam ler também! Beijos.
ResponderExcluirBelas palavras.
ResponderExcluirUm abraço.
Excelente apuro verbal. Muito bom o conto. Parabéns!
ResponderExcluirgostei do estilo.
ResponderExcluirestaria sendo falso se disesse que gostei de tudo deste último texto. Achei realmente muito interessante, com excessão do uso excessivo de sinônimos.
Sinônimos foram feitos para mentir.
Mas realmente muito bom.
Pegando a idéia em si, bem interessante.
Se tiver algum interesse, meu blog.
http://shisen.arteblog.com.br
foda!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirAlgo de acre e ácido, cortante e triste, neste texto com sabor de ceticismo e sangue...
ResponderExcluirNesta tua escrita caótica e, contudo, afinada, afiada, tilintam os cacos do ser vivo pulsante, mas, no fundo, um desejo de leveza suave sobrevive, sob os estilhaços de memória, de sensações e impressões intensas...
Desejo que bons ventos de primavera voltem a soprar por aqui, querida!... Hoje vou lá ler teu texto na Cronópios. Tô com saudades de tua presença. BEijos.
Um bom texto. E dizer mais o quê?
ResponderExcluirtexto de intrigas e certas nuvens ao chão
ResponderExcluir...(quase dois minutos e ainda não consegui...)
ResponderExcluir...seu texto é forte, peso pesado desferindo um cruzado no meu queixo de peso médio...
não sei se passei a imagem devida...nova tentativa: se o teu texto fosse uma fratura, certamente seria exposta...
A gente vai se lendo...
Passe um olho em "Os poetas marginais do Recife", em http://urarianoms.blog.uol.com.br/
ResponderExcluirAbraço.
blz de texto! bjs
ResponderExcluirbom, contaram a vida do peter sellers que é o maior ator de comedia de todos os tempos em duas horas. nossa, vc tá escrevendo cada vez melhor.
ResponderExcluirTo apaixonado por este texto...
ResponderExcluirboa escolha de imagem e as palavras...
ResponderExcluir:)
Uow... fantástico o post. Parabéns mesmo. A imagem está linda. O texto??? Deveras confuso... mas é óbvio que foi a tua intensão o fazer assim... infelizmente eu ainda não entrei no ritmo dele...rs.
ResponderExcluirParabéns
Bjs e um grande abraço.
Queridos!!!
ResponderExcluirMuito obrigada pela leitura!!
o conto está na nova revista Troça, muito interessante...confiram:
http://trocapoesia.blogspot.com/
sempre os maiores amplexos!
Quase vi fluir o sangue nesse doloroso processo: parir uma escritura.
ResponderExcluirDenso texto repleto de memórias.
Parabéns, Bia.
Escrever tem essas diabruras. Mais fácil escrever do que dizer como se dá o ato da escrituras.
ResponderExcluirPaz e bom humor, Beatriz.
http://walmir.carvalho.zip.net
Minhas leituras de tuas leituras
ResponderExcluirSáo como esculturas
Arde ao fazer
Espanta o doer!!
Seti a ti contigo!
É vivificar!!
beijos
Leandro
Putz!
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