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quinta-feira, 21 de julho de 2011

POEMAS AOS hOMENS DO NOSSO TEMPO - HILDA HILST


* de ANDRÉ ASSIS (querido e talentosíssimo amigo) - "Sylvia", lápis de cor e nanquim sobre papel, 2010. A Book About Death - MOMA - Wales, UK

Enquanto faço o verso, tu decerto vives.
Trabalhas tua riqueza, e eu trabalho o sangue.
Dirás que sangue é o não teres teu ouro
E o poeta te diz: compra o teu tempo.

Contempla o teu viver que corre, escuta
O teu ouro de dentro. É outro o amarelo que te falo.
Enquanto faço o verso, tu que não me lês
Sorris, se do meu verso ardente alguém te fala.
O ser poeta te sabe a ornamento, desconversas:
"Meu precioso tempo não pode ser perdido com os poetas".
Irmão do meu momento: quando eu morrer
Uma coisa infinita também morre. É difícil dizê-lo:
MORRE O AMOR DE UM POETA.
E isso é tanto, que o teu ouro não compra,
E tão raro, que o mínimo pedaço, de tão vasto

Não cabe no meu canto.


Júbilo Memória Noviciado da Paixão (1974) - POEMAS AOS hOMENS DO NOSSO TEMPO - XVI

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