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segunda-feira, 28 de abril de 2008

comer borboletas


1/2.
cada beijo é como comer borboletas
para que as matizes de dentro se libertem, se debatam
no assanhar das asas
entre os predicados que traquinam no diafragma
que raia em transversais contrações
ventos adverbiais

1/3.
Assim que se deitou
Sobre meu pé tão delicadamente
Trouxe-me algo de fenda
Algo de talho, latente
Entre os batentes da minha janela
Adentrando pelos basculantes
Roendo as sementes

2.
O dia inteiro nascia dentro de mim


Madrugada de 18 de janeiro de 2008

14 comentários:

  1. Mais um belo poema para curar nossas sangrias.

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  2. sou amigode samantha abreu. passando pra ver e sacar de qual é.

    beijabraço.

    Cássio Amaral.

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  3. Comer borboletas é de uma paixão visceral e,simultaneamente, de uma delicadeza de luz de manhã. Lindo, lindo. Com carinho, ERNANI FRAGA.

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  4. a leitura de ti revela
    essas fendas desbordadas
    cujo interior
    húmido
    pulsante
    guarda e resguarda
    florescência, iminência
    luz nova
    leve
    enlevada

    beijos, querida!

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  5. quis devorar borboletas no outono ao som de eric clapton, quis devorar borboletas e comer bob dylan, mas isto é tão su quanto real, muito bom! beijos

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  6. Anônimo12:39 AM

    ahhh eu sou uma lagarta... mas eu vôo com voce!

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  7. cada beijo, cada abraço, cada sonho, cada ponto final; cada dia que passa, cada hora que se arrasta, cada oportunidade perdida, cada marca sentida...

    "o dia inteiro nascia dentro de mim".

    belos versos. Encontrei o seu espaço sem querer, mas, como é proprio do acaso, que bom que assim tenha sido. Voltarei outras vezes.
    eu tambem tenho um blog, chama-se Experimentando Versos. nele eu publico algumas de minhas poesias. se voce puder, faça uma visita ao meu espaço:

    http:experimentandoversos.blogspot.com

    um abraço,

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  8. Novamente coloco minha cabeça debaixo dos teus pés...
    Macios
    Fechados e limpos...

    O sempre teu...
    Andróide.

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  9. Que bom reencontrar seus textos!

    Um abraço.

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  10. Anônimo9:29 AM

    um pouco de possível senão eu não vivo...
    o arquiteto valery em Eupalinos constrói um estilo de vida onde os encontros são o graal da vida.

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  11. "Borboletas no estômago" me movem...

    ;)

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  12. Mais uma borboleta. Mais um dia. Sempre e sempre, muitos dias, porque me parece que as borboletas são infinitas.
    Beijos, menina.

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  13. graal, suas palavras grunem com delicadeza. Gostei muito, muito mesmo.

    o roedor de ventanias

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  14. Borboletas na boca e algo que entra pelas frestas da janela: a vida não só continua, como renasce.

    Lindo este blogue.

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